Nem ocidente nem oriente Nem deus nem diabo Nem muito frio nem muito quente Nem partituras nem tabuadas Nem motor nem canção de amor Nem versos brancos nem rimas manjadas Sou a mistura, a absorção Do que vejo e toca meu coração Do que busco e entendo Que me desafia a razão Mas tudo bem, meu bem, não é questão de opinião Prefiro transitar entre o verso e o refrão Sou bandido, sou polícia Sou a inocência, sou malícia Sou indigente, sou doutor Sou plantas, motores e canções de amor Sou a cabeça, sou o coração Sou a paz, sou a guerra do afeganistão Sou novela, sou filme de terror Sou plantas, motores e canções de amor Nem 'eu te amo', nem 'eu te odeio' Nem prova nem hora do recreio Nem quem te ignora e não diz nada, nem quem te liga de madrugada Nem whisky nem coca-cola Nem a soberba nem a esmola Nem a cadeia nem a escola