Respiro a brisa matutina e sopro o vapor condensado que sobe as alturas Quero flutuar, ser leve como um sopro em torpor e dançar sobre as nuvens Rodar e rodar e ventar e ventar Conhecer o azul do céu, respingar no azul do mar Ser a brisa que acaricia os rostos de amantes distantes E transbordar sobre as plantações, fazendo amor com a terra e dando frutos Frutificar meu ser nos rodopios dos redemoinhos Ser leve como um sopro em torpor e dançar sobre as nuvens Rodar e rodar e ventar e ventar Conhecer o azul do céu, respingar no azul do mar E quando a tempestade chegar poder trovejar E chover ao chorar apagando o fogo que rasga a terra Acalmar o pranto dos bichos, avivar os cantos da relva E ser um sopro de vida, o vento é mulher Ser forte que derruba com o sopro a mortalha rasgada da civilização E volta a ser leve em torpor e dança sobre as nuvens Rodar e rodar e ventar e ventar Conhecer o azul do céu, respingar no azul do mar