Lá p'las ruas da amargura Um candeeiro apagado Debruça-se com ternura Sobre a noite enamorado Despe seu manto de lua Pra que a noite fique nua Por um porão ritual marcado Pedaços de fado Pedaços de fado Daquela velha traineira Só resta um casco enrugado Ali sem eira nem beira Na areia abandonado Sempre que há lua cheia Há quem ouça uma sereia Num cântico amargurado Pedaços de fado Pedaços de fado Pedaços de fado Estilhaços Numa viela que insiste E resiste Caindo aos pedaços Pedaços de fado Pedaços de fado Pedaços de fado Dispersos Restos de fados e história Memória De vozes de versos Pedaços de fado Pedaços de fado Uma guitarra esquecida No sótão dum ferro velho Ao deitar contas à vida Num soluço que é trinado Recorda acordes antigos Braços de amantes de amigos Que a abraçaram no passado Pedaços de fado Pedaços de fado Pedaços de fado Estilhaços Numa viela que insiste E resiste Caindo aos pedaços Pedaços de fado Pedaços de fado Pedaços de fado Dispersos Restos de fados e história Memória De vozes de versos Pedaços de fado Pedaços de fado Pedaços de fado Dispersos Restos de fados e história Memória De vozes de versos Pedaços de fado Pedaços de fado