Eu voltei pra rever o lugar Que morei com a minha família Que surpresa quando eu cheguei lá Nem o velho rancho existia Nem o toco onde eu colocava Nossa velha moeda de cana E o paiol onde a gente guardava Carne frita nas latas de banha O riacho onde eu pescava Bagres, traíras e lambaris Desmataram o leito do rio E fizeram o coitado sumir Os vizinhos que tinha bem perto Mudaram todos dali Hoje é mesmo um triste deserto Eu chorei ao invés de sorrir Eu chorava e falava sozinho Vinha tudo na imaginação É bem triste a gente voltar E ver tudo com degradação O lugar onde me criei Arranjei a primeira paixão Onde ela está eu não sei Sei que mora no meu coração Nem a linda tabua que tinha Não pensaram na preservação O monjolo que fazia farinha Grande fonte de alimentação O chiqueiro as porcas de cria Muitas criavam quatorze leitões No café era feijão com farinha Ia pra roça cuidar as plantações Que saudades Que saudades do tempo que foi Do velho carro de boi Gemendo lá no subidão Que saudades Desse tempo que não volta mais Que saudades dos meus velhos pais Que estão vivos no meu coração