É difícil ser imparcial Quando não se sabe o outro lado É fácil dizer ser certo Quando não se conhece o errado É simples gostar do insípido Quando não se sabe o que é sabor É normal dizer que ama sem saber O que é o amor Tem gente que diz Que não tem preconceito Mas porque eu tenho dreadlocks e tattoo Me olha torto e me falta com respeito Mas eu não ligo não Quem tem boca fala o que quer Já teve marmanjo que veio me dizer Que eu não podia só porque eu sou mulher Ôh motorista, a que ponto nós chegamos? Esse buzu tá cheio de desigualdade, desamor e discriminação Ôh motorista, quero descer, eu tô pedindo ponto Eles escutam a voz da intolerância, mas não ouvem A voz da razão A voz da razão Você diz que não tem preconceito Mas acha que é ladrão só porque o menino é negro Você diz que não tem preconceito Mas olha com espanto porque o meu cabelo é crespo Você diz que não tem preconceito Mas não dá valor porque vem da favela Você diz que não tem preconceito Mas a sina do nordestino é ser empregado ou motivo de comédia Ôh motorista, a que ponto nós chegamos? Esse buzu tá cheio de desigualdade, desamor e discriminação Ôh motorista, quero descer, eu “tô” pedindo ponto Eles escutam a voz da intolerância, mas não ouvem A voz da razão A voz da razão A voz da razão A voz da razão A voz da razão