Você não sabe Quantas vezes Abracei o travesseiro Com saudade do seu cheiro E do seu sabor Nem quantas vezes, Por desejo, desespero, No calor do meu banheiro, Fiz amor com sua voz É que entre nós Existe um mar e um deserto, Transformando, em longe, o perto E o incerto em solidão Há um senão, Um contratempo, uma energia Que, atrapalhando o dia, Vai roubando o nosso céu Mas você sabe Que se o mel da minha boca Encontrar o mel da sua, Numa rua escura (ou não) A mão de vênus Tocará os nossos seres E seremos só prazeres Pelos templos da paixão