Eu passo os dias vendo a álbum de retratos Com a viola nos braços, eu e ela e a solidão Mas eu não era esse ser amargurado Quando tangia o gado na estradinha do varjão A vida deixa de ser mãe pra ser madrasta Quando a gente se afasta do barro do nosso chão Parece que vai esquecendo no caminho, A cada passo um pedacinho do partido coração Eu vou chorando todo dia, toda hora Dessa vez eu vou embora encontrar minha raiz Eu sou caipira, sou do mato, sou caipora E por Deus, Nossa Senhora, lá eu era mais feliz Adeus saudade, tô voltando pro regato Feito um bom bicho do mato, tô voltando pra ficar Onde é que está o meu pomar carregadinho De goiaba e passarinho, onde eu ia cochilar A bença vô, a bença vó, filhos na mesa Recheada de riqueza que a terra sempre deu Bom dia vento, boa noite tempestade, Que ao contrário da cidade, traz fartura lá do céu