Trabalhei o ano inteiro, trabalhei o ano inteiro na estiva de São Paulo Só pra passar fevereiro em Santo Amaro Só pra passar fevereiro em Santo Amaro Odiei, odiar Odiei, odiar Quem vem lá sou eu Quem vem lá sou eu A cancela bateu cavaleiro sou eu Quem vem lá sou eu Quem vem lá sou eu A cancela bateu cavaleiro sou eu Alô meu Santo Amaro Eu vim lhe conhecer (vim lhe conhecer) Samba, Santo Amarense Pra gente aprender (pra gente aprender) Eu sou a chuva que lança areia do Saara Sobre os automóveis de Roma Eu sou a sereia que dança destemida Yara Água e folha da Amazônia Sou a sombra da voz da matriarca da Roma negra Se V'você não me pega Você nem chega a me ver Meu som te cega careta, quem é você? Que não sentiu o swing de Henri Salvador Que não seguiu o Olodum balançando o Pelô E que não riu com a risada de Andy Rohol? Que não que não e nem disse que não Minha senhora, onde é que você mora? Minha senhora, onde é que você mora? Vou fazer minha morada na beira do morro, é lá É lá, é lá, minha morada é lá Torne a repetir meu amor? Ai, ai, ai Torne a repetir meu amor? Ai, ai, ai Eu nunca vi tanta areia no mar Sereiar, sereiar oh Sereiar, ôh sereiar Eu nunca vi tanta areia no mar Sereiar, sereiar oh Sereiar, ôh sereiar A menina foi embora A menina foi embora Foi embora e me deixou Nas asas dum passarinho ela voou, voou Nas asas dum passarinho ela voou, voou Mia foi samba só Foi samba só Na ventania Vou me embora pro sertão Viola meu bem, viola Eu aqui não me dou bem Viola meu bem viola Sou Maquinista da Leste Sou empregado do trem Vou me embora pro sertão Que eu aqui não me dou bem Ôh viola meu bem viola Ôh viola meu bem viola Ôh viola meu bem viola Ôh viola meu bem viola Sou o preto norte, Americano forte Com brinco de ouro na orelha Eu sou a flor da primeira música A mais velha, a mais nova Espada e seu corte Sou o cheiro dos livros desesperados Sou guita cocoia Seu olho me olha, mas não me pode alcançar Não tenho escolha careta, vou descartar Quem não rezou a novena de dona Canô? Quem não seguiu o mendigo Joãozinho beija-flor Quem não amou a elegância subtil de pompom Quem não é recôncavo e nem pode ser Reconvexo Vou me embora pro sertão Eu aqui não me dou bem Ôh viola meu bem, viola Ôh viola meu bem, viola Ôh viola meu bem, viola Ôh viola meu bem