Brasil, meu nego, deixa eu lhe contar A história que a história não conta Avesso do mesmo lugar Na luta é que a gente se encontra Brasil, meu dengo, a Mangueira chegou Com versos que o livro apagou Desde 1500 Tem mais invasão do que descobrimento Tem sangue pisado, retinto Atrás do herói emoldurado Mulheres, tamoios, mulatos Eu quero um país que não está no retrato Brasil, o teu nome é Dandara Tua cara é de cariri Não veio do céu nem das mãos de Isabel A liberdade é um Dragão do Mar de Aracati Salve os Caboclos de Julho, Xetuá! Quem foi de aço nos anos de chumbo Brasil, chegou a vez De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês Mangueira, tira a poeira dos porões E abre alas pros teus heróis de barracões Dos Brasis que se faz um país de Lecis e jamelões São verde-e-rosa as multidões Mangueira, tira a poeira dos porões E abre alas pros teus heróis de barracões Dos Brasis que se faz um país de Lecis e Jamelões De Lecis e de Jamelões De Lecis, Jamelões De Lecis e Jamelões