À tarde, quando de volta da serra Com os pés sujinhos de terra Vem a cabocla passar As flores vão pra beira do caminho Pra ver aquele jeitinho Que ela tem de caminhar E quando ela na rede adormece E o seu seio moreno esquece De na camisa ocultar As rolas, as rolas, também morenas Cobrem-lhe o colo de penas Pra ele se agasalhar Na noite dos seus cabelos Os grampos são feitos de pirilampos Que às estrelas querem chegar E as águas dos rios que vão passando Fitam seus olhos pensando Que já chegaram ao mar Com ela dorme toda a natureza Emudece a correnteza Fica o céu todo apagado Somente com o nome dela na boca Pensando nesta cabocla Fica um caboclo acordado