Duas cantigas, improvisadas cantigas Bastavam pras nossas brigas Deixarem de ter razão Duas cantigas, amorosas, ternurentas Para afastar as cinzentas Nuvens, do meu coração Duas cantigas, mote de todos os dias Chorrilho de fantasias Em que sempre acreditei Até ao dia que pus cobro à cantoria Que disse alto à melodia E fui eu que lhas cantei Desde essa hora O seu pio foi-se embora E não perde p’la demora Se volta às modas antigas Porque eu agora Sei onde a verdade mora E não vou lá como outrora Assim com duas cantigas Duas cantigas, feitas de frases bonitas Para adoçar as desditas De algum maldito ciúme Duas cantigas, buriladas, atrevidas Mas sempre com as devidas Fantasias do costume Duas cantigas p’ra me levarem à certa Com muita maldade esperta De que nunca duvidei Até ao dia que pus cobro à cantoria Que disse alto à melodia E fui eu que lhas cantei