Deus anda me testando Que é pra ver se sou mesmo forte Pra amar sem ter, não invejar sem poder Viver sem contar com a sorte Nem sempre a coisa é fácil Mas pode um dia ser útil Sentir a alma parar E não deixar o corpo estático Conseguir não ser narcótico Manter pensamento lúcido Poder se encantar com o lúdico Sem perder o instinto prático Deus anda me testando Que é pra ver se eu esqueço o norte Pra andar sem ver Aceitar o prazer Poder também contar com a sorte Me despeço e me desfaço Me descaso com o fútil E se a fumaça aumentar Vou colocar no fogo fraco Não preciso de um protótipo Nem preciso ser inútil Nem primeiro, nem o último No rascunho me destaco Isso não vai me converter Seu tédio cava o que te fere E o que o difere de você Não tem valor É sacrilégio Mas eu tô fora de série Fora do sério Por recusar o remédio Fora de série Às vezes fora do sério Por recusar o remédio