Canto assim desafinado Sou passarinho Platão, o planeta é uma caverna Caramba, 21 e eu não montei uma banca Se manca, sou equilibrista Brinquei até com nazistas Merda! Não podem me atingir É como se eu tivesse cavado a tumba dos poetas mortos Não chamem um legista É que fugi do colégio Soltando onça no zoológico Sou um animal, pediram zoofilia A rima é filha A marinha vai se ver com a cólera Mate-me, só não pode me por coleira Adapte-se Capte Camaleão Franzino leão Poetizo as batidas do coração Pede um love song Eu não faço Pensa em destruição Me liga e se liga Sou resignação Foram muitos resíduos Chutei vaidade e depressão Rimas são variedades de vivência A gente fuma, bebe e pensa A gente rima, cansa e morre todo dia Sou artista de família pobre Não posso pagar a vista tia Metade de quente é frio Nunca veremos nosso inteiro Poeta marginal do interior Interior, poeta marginal do interior Interior inteiro Madrugada, underground sujo Bruxo nessas linhas tortas que eu sempre me puxo Lixo vida luxo É só rima foda, o tempo tá em uso Faço da vivência a obra Arte com as obras Até meio confuso O gênio é aquele mano que tá fudendo com a lógica Mais veloz que um vulto Vai ser tipo um susto Acordar e saber que a nossa banca é a mais foda (Nós que tá) fazendo essas linhas valer mais que qualquer grana Tudo bem meu mano, eu quero grana Mas que seja consequência de cada linha profana O instinto não se engana Latino americano Eu ouço a voz do mano que faz arte e vem do gueto O suficiente pra saber que ele não se ilude Tipo Ernany, sei que faço um rap de respeito E pra todo efeito somos gueto com atitude Sabiá que canta sempre soube Que a alma sempre sobe E que não importa os outros Nós que dobra e se descobre Cada lembrança é um sopro E que meu canto é sempre sobre Quem foi concreto e hoje se dissolve