No galho da laranjeira som de primeira é com o sabiá Um Sol de rachar mamona e a araponga responde de lá De longe um canto estridente, mas comovente, chora o curió Andando na derrubada à beira da estrada, pia o xoróró A noite está chegando e o curiango não se intimida Seu canto tem quatro notas quem é que importa? Vai levando a vida A coruja também pia, mas seu ouvido é fora de sério Se andar fazendo barulho será notado, pelo quero-quero Canta seriema, toca meu coração Quando ouço a perdiz o coração me diz, saudade do sertão Canta o João de barro, canta o azulão Essa sinfonia que até contagia o Deus da criação No outro dia cedinho o canarinho já abre o bico Na palhada do ranchinho, dentro do ninho canta o tico-tico Um som de muita ternura na mata escura é da juriti Do alto está avisando, o Sol vem raiando, diz o bem-te-vi Os papagaios em bando roendo a fruta do ingá Apronta uma gritaria e haja ouvido pra suportar A codorninha assovia e contagia o resto do bando Mas tem um mais animado é o tizil que canta pulando