Quando haviam poucos grãos pra plantar E nenhum grão pra comer Pensava na triste escolha Que tinha que fazer É tão triste ver o céu azul Quando se espera pela chuva de verão Vagando pelo campo vazio Só se vê silêncio e solidão Chorava todos os dias Sem que ninguém pudesse ver E com as lágrimas regou o solo Que o céu azul viu morrer Correndo pela varanda da pequena casa Viu a sombra de um amor que não esperou Lá longe o reflexo da grande cidade Para onde seu pequeno pássaro voou E por longos dias e noites vazias Até que o outono chegou E a forte chuva regou O vasto campo e a nova vida Logo o campo verde era o próprio paraíso E lá longe pelas asas de um belo pássaro Viu o amor voltar Mas ao ver o espantalho na plantação Ouve-se do vento uma confissão O amor não é aquele Que te ajuda no dia da colheita O amor está naquele Que rega contigo as lágrimas Dos tristes momentos da longa seca