Uma forte cena fere o orgulho De uma mulher rompida bruscamente Por alguém que não conhecia Humilhada agora odiava um ser Que não tinha culpa por estar ali Crescendo lentamente na barriga de sua vergonha Foram nove meses de agonia mas o destino não abortou O choro perdido de um ser indefeso Nascendo um rasgo de ódio dentro daquela mulher Humilhada por ser rompida E forçada a ter o que não planejava Menino Bradinho nasceu e assim cresceu Mas o tempo não apagou o que pra trás ficou E as feridas em seu corpo eram menores Que as chagas no soluçar de sua alma Vendo a mágoa da mulher que aprendeu a chamar mamãe Longos dias passaram Tristes lembranças ficaram E a palavra amor nunca foi mencionado Em versos que rimavam ódio e rancor O menino um dia partiu... Fugiu Mendigando foi achando forças pra seguir E o tempo envelhecer... O rosto mudar... Sem esquecer A mulher feliz viu o tempo passar Sem se importar com o menino que foi embora Mas com o tempo a doença no coração chegou E despreparada e sozinha chorou Uma grave doença rasgou E apenas uma frágil mulher restou Sozinha e condenada a morrer Sem saber como e de que jeito poderia se salvar De longe o menino Bradinho ao saber Se desesperou e sem pensar decidiu Que só ele poderia salvar Não pensou duas vezes e se entregou E ao amigo disse: Se o coração dela nunca me amou Agora darei meu coração pra ela E na frente de um caminhão se lançou E o menino antes de morrer Chorou... Chorou... Chorou... Dizendo Mamãe eu vou morrer pra você continuar a viver E às pressas seu amigo correu ao hospital E avisou pra que salvassem a mulher do coração ferido E assim Bradinho doou seu coração Pra continuar a viver No corpo de quem sempre amou Foram nove horas de agonia E seu coração salvou Uma mente que jamais lhe teve compaixão A mulher se salvou e se recuperou E feliz queria agradecer Mas quando descobriu Apenas chorou, chorou, chorou, chorou E o perdão ficou preso na garganta E no túmulo desabafou Meu filho! O destino foi quem te abortou Chorando e olhando para o céu confessou Meu filho perdoe mamãe Pensei na vaidade sem olhar tua compaixão E gotas de chuva caíram vindo de um céu azul E uma flor voando caiu em suas mãos E foi assim que finalizou a história dessa canção