Nessa festa de mesa farta Cadeiras vazias, velas acessas Silêncio impuro, em seu lar escuro Encostado num canto de mundo Versando solidão Solidão Alma desnuda, tão sem gesto, sem calor Vive o frio das madrugadas Encolhido em seu rancor Sem canção, nenhuma mão Sem o olhar de quem cobiça o amor Longe de um instante raro, de um dia claro Seu grito no vazio é eco O Só na multidão é frio Lágrima contida é nó Na garganta desse homem só Seu grito no vazio é eco O Só na multidão é frio Lágrima contida é nó Na garganta desse homem só Seus sonhos vazios Recorrem Sem dor, sem amor É o nada É a sombra do nada Não vive nem morre Finge viver entre as vinhas nobres Esse é o seu buquê, é o seu porquê Seu tudo: frio e vazio Ausência de sorriso, de paixão Esse é o homem sem canção Seu grito no vazio é eco O Só na multidão é frio Lágrima contida é nó Na garganta desse homem só Seu grito no vazio é eco O Só na multidão é frio Lágrima contida é nó Na garganta desse homem só