Tu julgas que eu não sei que tu me mentes Quando o teu doce olhar pousa no meu? Pois julgas que eu não sei o que tu sentes? Qual a imagem que alberga o peito teu? Ai, se o sei, meu amor! Eu bem distingo O bom sonho da feroz realidade… Não palpita d'amor, um coração Que anda vogando em ondas de saudade! Embora mintas bem, não te acredito; Perpassa nos teus olhos desleais, O gelo do teu peito de granito… Mas finjo-me enganada, meu encanto, Que um engano feliz vale bem mais Que um desengano que nos custa tanto!