Na realidade do evangelho A realidade das coisas Costuma ganhar outras cores Morte aqui tem cheiro de vida O choro às vezes ganha contornos amarelos E soa festivo Na realidade subversiva do evangelho É dando que se recebe Eu sei que você tem sido treinado Pra reter Sucesso pra gente é retenção em massa Mas veja, o sucesso de Cristo Foi medido pelo nível de seu esvaziamento Enquanto Paulo está aos olhos de todos ali no tribunal Sozinho, abandonado, sujo, doente Ele vive, na verdade, seus momentos de maior alegria Ao relatar esse episódio ele deixa escapulir Uma pequena e bela canção de louvor A ele seja a glória pra todo sempre, amém Ele nunca esteve tão bem acolhido como em sua solidão Na realidade do evangelho A realidade das coisas Costuma ganhar outras cores Estamos caminhando para as últimas palavras dessa carta As últimas palavras registradas do grandioso Paulo Aliás, do pobre coitado e aprisionado Paulo Porque, na realidade do evangelho A realidade das coisas É outra Saudações à Priscila e Áquila E à casa de Onesíforo Erasto, permaneceu em Corinto Mas deixei Trófimo doente em Mileto Procure vir antes do inverno Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia e todos os irmãos Enviam-lhe saudações O Senhor seja com seu espírito A graça seja com você Como chega ao fim de sua jornada um homem de Deus? Paulo chegou assim Aparentemente sozinho Mas nenhuma gota de amargura no peito Antes, saudações e gratidão São exaladas por meio de suas palavras Ele faz menção de amigos queridos Com quem dividiu momentos importantes na fé Priscila e Áquila que já haviam partilhado estrada missionária com Paulo Em ocasiões passadas Onesíforo que já foi mencionado por Paulo Como alguém que o animava muito Cita Erasto também Possivelmente tesoureiro na igreja em Corinto Uma igreja que, parece ter demandado muito da atenção do apóstolo Como chega ao fim um homem de Deus? O que Paulo está se ocupando em fazer Nos últimos momentos de sua jornada? Bem, Paulo estava fazendo aqui O que fez durante todo o seu ministério Ele tá pensando nos outros Deixei Trófimo doente em Mileto É quase como ver a Cristo ali no madeiro Em grande dor e agonia Mas ainda sim, reservando algum momento Pra cuidar de sua mãe E de seu discípulo mais novo Filho, eis aí a tua mãe Mãe, eis aí o teu filho Cristo entregou o coração partido de sua mãe Aos cuidados de João Paulo entregou o doente Trófimo Aos cuidados de seu discípulo Quem de nós pensaria em mais alguém Na hora de sua dor? Paulo pensou Cristo também Porque na realidade do evangelho A realidade das coisas Costuma ganhar outras cores Paulo ainda arranja espaço pra citar Cuidadosamente nomes daqueles que Muito provavelmente, são seus últimos frutos Êubulo, Prudente, Lino, Cláudia e os irmãos todos É como quem diz Se você chegar aqui Timóteo e eu não estiver mais Procure por esses novos convertidos E aí nós chegamos de fato no fim Pra quem acompanhou A jornada cinematográfica de Frodo e a sociedade do Anel Lembra muito bem da cena comovente que Foi a despedida que esse pequeno e corajoso Hobbit com seus amigos Mas o momento mais emocionante foi o último abraço Frodo olha compassivo pro seu companheiro de jornada Sam E em silêncio solene Os dois parecem reviver toda aventura Que os tirou do Condado e os levou até ali É precisamente nesse ponto Da história de Paulo e Timóteo que chegamos Nas próximas frases são o último abraço de Paulo em seu filho Timóteo E ele poderia fazer votos de que Timóteo Fosse muito bem na vida Tivesse muitos amigos e tudo mais Mas não é nada disso que Paulo deseja a Timóteo Paulo sabia muito bem O que foi que o livrou de padecer inúmeras vezes E padecer aqui, não é no sentido de morte não Porque morte pra Paulo é lucro Lembre-se, na realidade do evangelho A realidade das coisas Costumam ganhar outras cores Paulo sabe muito bem o que desejar a Timóteo Timóteo quando eu tinha sua idade Quando eu era jovem Eu fui até Deus Desesperado Com um espinho que me aferroava a alma Mas Deus disse Paulo, não se avexe não A minha graça te basta Porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza E é isso Timóteo que eu desejo a você O favor imerecido dos céus que Certamente me abrirá os portões celestiais Timóteo, que a graça seja com você E ao dizer isso, descansou a pena do poeta Descansou o apóstolo eternamente Missão cumprida Seu ministério findou Eu não sei se Timóteo chegou lá antes do inverno Como Paulo desejou Mas a pergunta é se você Vai chegar antes do inverno Timóteo, vem depressa