Já mirei vastos destinos Já tracei longos caminhos Tropecei à luz da lua Desaguei em plena rua Arrastei-me até a porta Pareceu-me torpe e torta Adentrei por uma fresta Lambuzei-me nessa festa Mergulhei no poço fundo Emergi podre e imundo Afundei no cativeiro a esmo Sequestrado por mim mesmo Atolado até os ossos Remoendo os meus destroços Com uma sanha irrefreável De um prazer insaciável Não há quem possa resgatar-me Se não for minha a decisão Deste meu mal só vou salvar-me Se ajustar a direção Deste meu mal só vou salvar-me Se ajustar a direção Não há quem possa resgatar-me Se não for minha a decisão Percebi tal minha história Quantos outros têm na memória Vê se pode tanta tortura Por escolha tão insegura Tanto tombo, só desatino Tão severo este destino Sem perdão, sem indulgência Leva todos à indigência