A noite vem poisando devagar Sobre a terra, que inunda de amargura E nem sequer a bênção do luar A quis tornar divinamente pura Ninguém vem atrás dela a acompanhar A sua dor que é cheia de tortura E eu oiço a noite imensa soluçar! E eu oiço soluçar a noite escura! Por que és assim tão escura, assim tão triste?! É que, talvez, ó, noite, em ti existe Uma saudade igual à que eu contenho! Saudade que eu sei donde me vem Talvez de ti, ó, noite, ou de ninguém! Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!