Eu já não sei o que sinto Cada vez que falam dela É um ódio que eu consinto Que venha esperar por ela Falam de amor e desminto Quase tudo foi em vão Mas se volta a solidão Eu já não sei o que sinto Às vezes é um disfarce O ódio que a gente sente É a saudade a lembrar-se De quem se esquece da gente Há quem queira mascarar-se Com risos de felicidade O riso não tem verdade Às vezes é um disfarce Já chorei e foi por ela Que tão cedo me esqueceu E digo: Para mim morreu Cada vez que falam dela Quem me vê sabe que minto Se eu disser que não estou triste Mas aquilo que persiste É um ódio que eu consinto Quando o amor se mostra ardente Não julgues ter mais valor Às vezes tem mais amor O ódio que a gente sente Às vezes o criticar-se Alguém a quem se quis bem Não é ódio nem desdém É a saudade a lembrar-se Há sempre alguém que vê nela Tristeza como a ninguém Há-de sentir o desdém Que venha esperar por ela Tudo é simples e aparente Mas a maior crueldade É nós sentirmos saudade De quem se esquece da gente