Nestas tardes inverneiras Mateio dentro do rancho E o minuano carancho Faz melodia nas soleiras Na janela a visão Minhas garras do galpão Me chamando pras carreiras Amanuciada ao fogo de chão Esta cambona retinta Hoje parece faminta Do cinchar da minha mão Retovadas madrugadas Lembro antigas jornadas Do meu mate chimarrão E tu, cuia pequena Herança da vó Marieta Do cerne da canela preta Herdaste a cor morena És berço de cevadura Teu ronco é partitura Em rodas e cantilenas Num cepo de araucária Me acomodo engurujado O corpo um pouco mermado Pela fraca indumentária Reculutando gravetos Ou acolherando os espetos Numa chama visionária Meu fogão a lenha Embora um pouco simplório Fiz de ti meu oratório Pois fazer fogo é minha senha És cancha dos meus recuerdos Meus preparos, e fervidos Pra que taura me mantenha Por ti, velho rancho miúdo Cerca um apego estranho A teus pertences de antanho De um passado macanudo Que segredas minha história Aguçando minha memória Neste mate topetudo