Carreira de mucha plata Parilleros na largada Com gritos rumores de pata A sorte já está lançada Dezoito em terra lavrada Vem o ruano de luz Já corre nessa arancada Tal como o diabo da cruz Mas um zaino malacara Sem respeitar favorito Parece correr por farra Só pelo gosto dos gritos Dá-lhe, dá-lhe meu ruano! Berra um índio venta torta Não adianta malacara Que esta carreira está morta Dá-lhe, dá-lhe malacara! Grita o outro entusiasmado Que esse ruano não corre Mais parece um pau fincado Mal comparando são setas Voando num descampado Dois raios na cancha reta Correndo em fios de alambrado Já na chegada o ruano Livra na frente o focinho Mas o zaino atropelando Não quis deixá-lo sozinho Dá-lhe, dá-lhe meu ruano! Que esta carreira tá ganha Não afrouxa na chegada O venta torta se assanha Dá-lhe, dá-lhe malacara! Voa que nem passarinho Que é a hora da verdade Vê se espicha esse focinho Ninguém sabe o resultado Não sabe o próprio juiz -O ruano, o zaino, empatados Só Deus sabe mas não diz Ninguém sabe o resultado Não sabe o próprio juiz Será que estão empatados Só Deus sabe mas não diz