É muito antigo meu canto Bem mais antigo que eu Pois todo verso que planto Veio em mim, mas não é meu Toda raiz foi semente Que foi raiz por sua vez E o rio que forma a vertente De uma vertente se fez No meu violão a madeira Sabe do canto das aves Já foi ninho de forneira Tem no sabiá a plumagem Por isso canto e cantando Eu trago em mim muitos mais Nas rudes vozes do campo O saber dos ancestrais Gente do sul de outro tempo De fortins, de guerras e lenços De coplas que vem no vento Pra dar sentido ao que penso