Quem dera fosse assim Quem dera fosse assim Um amor sem fim Um amor sem fim Era um daqueles dias parados Envoltos por uma espessa bruma gelada Era para estarmos sentindo frio Era para estarmos sentindo frio Mas não havia nada Não havia nada Somente mendigos bebendo água no chafariz E uma estátua de buda pixada no nariz E eu que tinha tanto para lhe dizer Agora não sabia mais o quê Nossa imagem refletida no lago Parecia dizer mais que qualquer desabafo Estavam nossos egos suspensos ali Durante quanto tempo eu não sei não vi Era tudo diferentemente exato Não havia desespero havia espaço E aquele turbulento rio Que nos levou do “meu amor” ao “puta que pariu” agora estava como aquele lago Repleto de um imenso vazio Cheio de um tudo ver quase cruel Não fosse esse um mal necessário Quem dera fosse assim Quem dera fosse assim Um amor sem fim Um amor sem fim