Tá pra nascer a história que me guiou até aqui Tá pra crescer o medo que me poupou do desjavu Embora seja tarde Bem da verdade teimo envelhecer Pelo menos ser O grão do que é pra plantar Traz na cor do olhar A Lua Brilha fingindo saber onde vai pousar No mesmo lugar Em outro lugar Tão logo venha minha nova idade Minha novidade, meu ancestral Pra pouca idade digo mocidade Seu excesso Morte, funeral Arbítrio de ter estampado na cara o tempo que passou Vontade de ter a metade da idade, vaidade de ser quem sou Pelos pêlos e suas cores Eu vejo amores que não vivi E pelas rugas ressaltam as dores Tragédias e flores que já sofri Quando tão velho me sinto óbvio Quando tão óbvio, claro demais Quanto mais claro, mais novo Na idade o tempo jaz Lá fora a paisagem corre tão devagar Num tiro certeiro que faz o canário voar Que nem da pra ver Que nem da pra ver Que nem da pra ver Quanto tempo é preciso perder pra se ter amor? Se envelheço eu pressinto querer ter vivido o amor Ah, não há quem não saiba perder se apostou Vá idade, mas vai sem correr que eu cá estou Ooh ooh ohh ohh!