Trago honrarias e medalhas Matei dragões Venci batalhas Cacei embarcações à sorte Sem medo me sorri da morte Em labaredas me aqueco Não tenho lar Não tenho apreço Faço da dor minha euforia O amor, de mim, quis alforria Mas em ti sou peregrino Um infante e franzino aprendiz Do verbo amar E em teus braços sou menino Capitão do desatino E clandestino a navegar Minhas mãos não são de afago Trago em meu peito um oco, um vago Sem ter futuro nem lembrança Navego as águas da vingança Na orfandade da poesia Não vejo o Sol Só vivo o dia Tanta frieza em mim atua Vislumbro a noite, não a lua Mas em ti sou peregrino Um infante e franzino aprendiz Do verbo amar E em teus braços sou menino Capitão do desatino E clandestino a navegar