Malungo, guerreiro do catucá Que a história quis ocultar Nas bandas de Pernambuco Fichado pela tirania dos brancos João Batista, o herói dos bantus A gota de sangue escorre do espinho Cai no chão, faz Malunguinho Se encantar, virar nação Caboclo que derruba emboscada Abre tranca de senzala, faz da luta sua fé Erva sagrada, carregada de axé Salve a força da macaia, na magia do pajé Na brecha do matagá, a trama é do cipó No tronco do juremá, virou mestre catimbó Trabalha a cura, na cuia da sapucaia Ê fumacê! Vai fumaçar! A fumaça tem poder! Deixa a fumaça entrar! Corpo fechado na encruza, exu trunqueiro Corre gira, mundo vira pelo avesso Justiceiro, chama forte no tambor Kaô kaô! Kabecilê xangô! Batizado no dendê, tabaco e alfazema Estrela de sete pontas, sete reinos da jurema Ginga no coco de roda Leva no peito a Kalunga Abre caminho, firma o ponto na macumba! Sobô nirê mafá! Na batida do alujá, a coroa é ferro e fogo! Sobô nirê mafá! Teu destino é triunfar viradouro!