Velho peão de rodeio Que foi campeão dos ginetes Hoje está preso no brete Que o tempo lhe preparou Vê se passado por uma fresta da vida Suas veredas compridas o destino encurtou Lembra saudoso a estrada boiadeira Mata-burro e porteira por onde ele passou Lembra as campinas coberta de lindas flores E os seus grandes amores que o tempo já levou. Velho peão de fassanhas e de glórias Escreveu a sua estória no livro do próprio tempo Faltou sucesso trabalhando tanto tanto Hoje assina com pranto esse triste lamento E como um filme que vem na recordação O pobre velho peão hoje se sente magoado Vendo encerrado, todos seus sonhos e planos E pelo peso dos anos, já está cabrestiado E o velho amigo, o cavalo ensinado Já doente e cançado, com o peso da idade E no relento, ouve naquele momento Quando sopra a voz do vento Narrando a sua saudade.