Ah, como somos vegetais Procurando algo que nos console Minhas samambaias secas Meu trevo de quatro folhas Você espera que a chuva Não atinja sua cabeça E que o seu filho cresça Nos limites dos anseios estatais O otimismo do suicida O controle de qualidade A revolta da juventude Nos limites da idade O comodismo dos inúteis É o troféu de quem esta no poder Você torce pra não lhe abordarem no sinal E enquanto o dia passa As igrejas proliferam na desgraça da massa Onde fica o bar dos revoltado Pra impaciência dos indecisos Na carência de novidades No caldeirão da hipocrisia Disputando o corrimão A vaga na fila do banco Furando o sinal Pra não perder a novela Ah, como somos vegetais Num indo e vindo continuo Todo sábado tem casamento E domingo tem churrasco no vizinho A terra é tv de marciano Mil programas de diversões 24 horas Muitos jogos interativos Resta um caça guerra escravidão E um punhado de zumbis Passando fome Pra pagar a prestação Psicopatia da rotina Psicose Psiu vem cá mais perto Eu quero ver as suas rugas