Ipe e o prisioneiro Quando a muitos anos, fui aprisionado nesta cela fria Do segundo andar da penetenciaria la na rua eu via Quando um jardineiro plantava um ipe e ao correr do dia Ele foi crescendo e ganhando vida Meu ipe florido junto a minha cela Hoje tem altura da minha janela So uma diferenca há entre nos agora Que aqui dentro a noite não tem mais aurora Quanta claridade tem você la fora Vestido de seda Meu bem eu queria que você voltasse ao menos pra buscar Alguns objetos que na despedida você não levou Um baton usado caído no canto da pentiadeira Um vestido velho cheio de poeira Jogado num canto com marcas de amor Vestido de seda o seu manequim também te deixou Ali num cantinho não tem mais valor Se não tem aquela que tanto te usou Eu também não passo de um trapo humano sem minha querida Usado e jogado num canto da vida Não sei o que faco sem meu grande amor