A tarde cai, eu camboneio um mate Junto ao braseiro do fogo de chão O pai-de-fogo – puro cerne de branquilho – Queimando aos poucos na paz de um galpão O mesmo inverno coloreando o poente – Final de lida refazendo o dia – Lá no potreiro, meu baio pastando No cinamomo um barreiro em cantoria Por certo, a tarde em outros ranchos da campanha Por serem humildes, tenham a paz que tenho aqui Pois só quem traz sua querência dentro d'alma Sabe guardar toda esta paz dentro de si Encosto a cuia junto ao pé do pai-de-fogo Chia a cambona repontando o coração Nas horas mansas que a guitarra faz ponteio Numa milonga pra espantar a solidão É lento o tempo na paz de um galpão Ainda mais quando a saudade bate As soledades vou matando aos poucos Na parceria da guitarra e do mate Então a noite se acomoda nos pelegos Povoando os sonhos de ilusão e calma Toda essa paz é um bichará pro inverno Faz bem pro corpo e acalenta a alma