Espelho a refletir Me vejo azul no mais dourado Sol Eu sou kirimure, o grande mar Interior de um peito tupinambá Um dia maculado pela ambição Confidente da bravura ante a escravidão Revolta na maré cheia, camará Assusta o opressor, meia Lua Ê capoeira que anseia Rasteira de trovador na rua (na rua) Quem faz da liberdade, jornada É vela ao sabor da ventania A onda beijando a areia Jangada virou poesia Brisa leve, a maresia às escadas do senhor A baiana mais bonita gira a saia pra xangô Do terreiro à igreja, do tambor à procissão Marinheiro só mareja por amor ou devoção Fartura ao pescador Balé dos saveiros, herdeiros da fé Estado de graça pra quem tem dendê no alguidar e muito axé Das águas de oxum sou destino Desaguam num abraço divino Iya ori, do aiocá, princesa Dos tesouros das profundezas Tijuca, que essa fantasia seja eterna Na pura cadência, o samba da minha terra Embala os meus carnavais Chame gente, vem pra rua Tem sorvete na ribeira E a festa da Tijuca não acaba quarta-feira De todos os santos, altares e guias Baía êê, Bahia