Dentro do trem, observo várias vidas; Sofridas, cansadas, guerreiras, porém esquecidas. No empurra-empurra, pra entrar no vagão Que vai ficando mais cheio a cada estação. A disputa é constante pra se ter um espaço Quem senta, acaba dormindo, vencido pelo cansaço Pessoas entram e saem a todo instante: Estudante, trabalhador, vendedor ambulante... "Skol latão!", "água mineral!", e "bala halls!" Jornal expresso, pra ficar por dentro do caos. O vagão tá lotado, e o presídio também Mas tem que caber todo mundo dentro desse trem Quem vem, quem vai, quem entra, quem fica, quem sai Esse é o bonde do trem, que balança, mas não cai Da estação mesquita, marcão mc. Direto do dom pedro ii, vulgo central-japeri. De vários bairros, de várias cidades, de vários lugares Partindo rumo ao centro, ou pra comendador soares. Na hora da partida é aquela euforia... Geral exausto voltando pra periferia Já faz parte do cotidiano; Bonde do trem, espírito suburbano Daqui de dentro a poesia ganha forma Observe atentamente o espaço entre o trem e a plataforma. Intensidade na mente, ninguém contente, é só O trampo, enquanto acampo, meu inimigo maior Considerações, piores possíveis, é só saber Que quanto mais se aperta, a corda arrebenta sem nó No olho do menor eu vejo a visão Futuro? Um vencedor, ou não Trabalhador do bom Um pouco de ambição e um coração sonhador Dentro do trem ou metrô, não importa o quanto calor que for Se é necessário lutar, tem mais: Acreditar, quem corre atrás nunca vai cansar Rapaz, com 2 reais ou algum centavo; Compra refrigerante ou bala de mascavo Trabalho escravo, na mão do criança esperança A semelhança, vem no colo, com mais esperança Desconfiança... E o futuro da gente Trabalho, padrões, debaixo de um sol quente