São como diamante que brilham a luz do luar Por que é proibido pisar na grama? Eu pisava em um chão de terra Não tinha América, não tinha Atlântico Não que fosse romântico, mas ainda me lembro do sabor dos rios Não havia bancários, nações, proprietários, juros, crediários, horários, nem metralhadoras Mas já embarcavam os homens em navios Eu ouvi mitos sobre piratas e histórias sobre terroristas Dos que tomam o leme, matam capitães, mano eu queria saber onde habitam Vivo nessa colônia que não é de férias, não sigo as regras, só vivo nas brechas Me esquivo de loucos, esgotos e pipocos de fuzis Truta, eu precisava muito ouvir o som da sua voz A família sente sua falta, é mó veneno Eu me lembro de tu na quebrada, de nave sem ter que pagar sofrimento E dos corre pra levar sua mãe de volta pra casa e descansar Eu não posso parar pra chorar, que o mundo atropela e não vem socorrer Nesse tempo eu só corri, tinha disposição mas não tinha destino Fui correr quando era menino Voltei quando ouvi meu pai chamar Vi coisas que ele ainda não tinha visto, hoje é outro dia, eu vou me jogar Liberdade plena é não ter dono, e eu sei como, a fita é quente Sei onde tá o cofre e o gerente, e sei o caminho daqui até um bom lugar Viver pobre não dá, eu também quero pá Fuder, marolar, descansar e comer Levar os meus filhos nuns pico que eu só posso ver pelo meu celular Adrenalina a milhão nas veia Tô ciente que a vida é loka Já é tarde demais pra olhar pra trás Seja o toque ou morra, o toque ou morra Eu quero os pano, o dinheiro, o acesso Os jantares, os prédios, a saúde, o lazer, os relógios, as fazendas e o poder E quando o Sol nascer Vou pisar na grama Colocar os meus pés na grama Quando o Sol nascer, vou voltar pra casa E botar os meus pés na grama Truta tu não se engana Quando o Sol nascer vou volta pra casa e botar os meus pés na grama Por que é proibido pisar na grama? Eu queria sair dessa porra Mas a vida me deu o dever Universo não faz coisa à toa Só mesmo vivendo pra saber Minha mãe me perdoa Eu volto, quando a noite passar Não é sobre ter medo da morte É sobre não saber quando vem Olha bem, vê se é possível, se é provável Um fugitivo querer desfrutar Faz parte da rota os bico no rastro Esses atalho são tudo manjado, outros ainda te levam pro fim Pode deixar, meu caminho eu traço Lá na quebrada quem é faz assim Várias mansão pela Giovanni Gronchi Moleque chave trampando de Rappi Se é medo, desejo ou cupom de desconto Várias Patrícia se abre Sua condição só você é que sabe Cachorro e PM percebe seu medo Não conheci o finado Sabotage Mas quem merece valor e respeito Eu sei Que maravilha Fartura de vida e carnaval em Maresias Só peixes e onças em um mar sem onda Chapando na vista ouvindo Marília Mendonça Mas até lá O caminho é longo, vou caminhar Quer me ver cair, tenta derrubar Sou Capão Redondo, espírito imortal Você já sabe onde me encontrar Por que é proibido pisar Vai ver, meu bloco é tristeza e pé no chão Vai ver, o grave batendo tá me avisando Vai ver, o choro no rosto de um bom malandro Vai ver, o tempo é mais que o passar dos anos Escuta aquilo que a língua não fala, o silêncio te diz Numa noite de poucas palavras, cabe quantos final infeliz Eu só tenho a mim mesmo e mais nada, sem direito a segunda chance A vida não vai dar revanche Minha história não dá um romance Vou varar as madrugada tudo até o Sol nascer Certas decisões na vida não permitem volta Nessa altura não posso me arrepender Na infância eu me lembro esse ontem já foi agora Nem tudo que brilha é Sol, nem toda cegueira é breu A Lua brilhando longe, é noite de apogeu A alvorada vai demorar pra chegar Malandro corre, só para ao amanhecer Por que é proibido pisar na grama?