Minha amada senhorita Vou tentar nesse cordel Desfazer a tua raiva E descrever no papel Esse teu desassossego E esse nó aqui no peito Sinto muito em deixá-la Num momento delicado Mas é que o meu coração Está mesmo precisado E meu corpo e minha alma Já haviam reclamado Sei que não tem mais desculpa Pareci mesmo egoísta Deixando todo o trabalho Saindo, ganhando pista Vindo cá pra muito longe Te perdendo assim de vista Ainda que este poema Nada possa explicar Peço a sua compreensão E um jeito de me amar Que seja mais altruísta E me deixe navegar Essa é minha natureza Viajar é minha cura Andar solta e sem rumo Liberta do que me anula Sentindo pulsar nas veias A vida fluindo pura Desato nós apertados Tenho tempo para mim Ponho os meus pés na terra Como sou feliz assim Pois a vida não espera E o horizonte é sem-fim Movendo o corpo com graça Ando por necessidade Carrego só o alimento Bem distante da cidade Tomo chuva, beijo vento Sol, luar e eternidade Olhando a vida que levo Sob outro ponto de vista Enxergando com clareza Cada dor, cada conquista Habitando paraísos Sem agir como turista Em cada ponto que pouso Me aproprio da vivência Daquela gente nativa E de sua experiência Me doando por completo Resgatando a minha essência A viagem logo acaba Volta a vida rotineira O retorno acasa é certo Volta a vida tão ligeira Que a paz nem chega perto E se chega é passageira Mas, meu bem, desculpe a prosa A delonga, a falação Estou aqui para mostrar O que diz meu coração E se possível, receber Seu carinho e seu perdão Minha amada senhorita Já, já, volto para casa Inundada de energia Saudável e amorosa E te cobrirei de beijos Em imensa alegria