Manu Maltez

Subterrâneo

Manu Maltez


Subterrâneo se diz
Contemporâneo pois não
Por onde eu piso se abre o chão
Subterrâneo se diz
Contemporâneo pois é
Quando esse abismo na sola do pé

Desconfio
De almas que não se atropelem
Dou um salve
Aos anjos com asas de mãos

Subterrâneo na testa
O Sol casquinha meu pus
E a britadeira fecunda a fresta
Contemporâneo na veia
Vou procurando uma luz
Mesmo no bucho de uma baleia

Desconfio
De almas que não se atropelem
Dou um salve
Aos anjos com asas de mãos