Passei minha infância com a seriema Mas nossos poemas foram desiguais E abandonei lá na invernada Deixando a boiada e bons animais Deixei a casinha onde eu morava A terra querida dos seus ananais Que a voz do vento nas folhas dizia Adeus boiadeiro para nunca mais O mundo judia, mas serve de escola Pois é a viola que me satisfaz A grande verdade confirma e não erra O santo da terra milagre não faz Pois hoje cantando nas grandes cidades A felicidade que eu tenho é demais Enquanto eu canto em circo lotado É certo, moçada, que eu tenho cartaz Quero agradecer os paranaenses Os mato-grossenses até os pantanais Os catarinenses e o povo do sul O diamante azul de Minas Gerais Ouço a seriema cantando deserta A saudade aperta, eu volto atrás Olhar as estrelas em noites escuras No céu de Brasília e no chão de Goiás