Olhando o carro de boi Encostado no porão Suas rodas desgastadas Que roda pelo sertão Com seus cocões ressecados Agora não cantam mais Molharam meus olhos d’água Lembrança do querido pai Chorando ouvi baixinho O meu pai chamando os bois “Maiado, Trovão, Pintado” Chorei muito mais depois Olhei outra vez o carro Então pude ver alguém Mexendo no cabeçalho Me olhou e chorou também Na triste escola do mundo Mais uma coisa aprendi Do outro lado da vida Saudade é igual aqui Foi na alma do carreiro Que pude ver a verdade Não vale a pena chorar Se o motivo for saudade