Eu já puxei carro de boi e arado Pranchão pesado chega doia no osso Botava força que os mocotos davam estralos A canga fazia calo e machucava o meu pescoço Mesmo cansado obedecia ao carreiro Cabeçalho e tandoeiro era vermelho de barro Ainda levava furada de ferrão, meu sangue pingava no Chão E sujava as rodas do carro E na ladeira escurregava no barro As pedras cortavas meus cascos, com o peso me Ajoelhava E o carreiro com o chicote me batia, eu berrava e as Carnes tremiam Mas o carro eu não virava Depois de velho me fizeram covardia Fui desprezado da família e maltratado pelo dono Trabalhei para criar os fihos do meu carreiro Enriquei o fazendeiro e hoje vivo no abandono Mandaram me pegar pra furar meu cabel'ouro Me sangrar, tirar meu couro com a navalha do facão Até o machante chorou quando jogou-me o laço Boi velho vai ser churrasco na mesa do meu patrão