Hoje nós tava lembrando do tempo, ainda quando Nós era guri Só que nós não sabia que essa tal de ecologia Pudesse um dia surgir Com a goma da bicicreta ou do pneu da caminhoneta Nós fazia arma pra caçar Pelo meio da forquilha nós tirava a pontaria Pra mode de não errar Numa feita, ainda me alembro, era num mês de setembro No tempo de acasalar Sobre um pé de mamona tinha duas pomba-rola Lá de cima, eu fiz apear E a pobre da corroeirinha que tinha ninha na cuinha Lá no canto da ramada Espichei bem meu bodoque e para evitar o choque Derrubei numa pedrada Sete dia, o João Barreiro, leva aquele pobre obreiro Pra fazer a casa bonita Num domingo bem cedinho aquele pobre animalzinho Foi parar na minha marmita Nós caçava, nós comia, só o que nós não sabia Era o mal que tava fazendo Hoje nós sente vergonha, inté o Beija-Flor-da-Begônia Nós acabemo comendo