Uma égua se prendeu Comigo a veiaquear Arranquei uma teta a laço O patrão mandou surrar Isso aconteceu numa estância Que eu me ajustei pra domar Era uma cria de Mouro Veiaco barbaridade De uma cabanha famosa Que existia em Soledade A fama dessa eguada Andava inté' pela cidade Eu disse pra minha mãe Me acorde de madrugada Quero estar antes que o dia Naquela estância falada Quero ver até d'onde vai A fama dessa eguada! Antes de sair de casa Minha mãe recomendou Meu filho, não paga vale Que teu pai nunca pagou Faz um mês que está na cama D'uma sova que tomou! Tava quase destapando Antes do dia surgir Na estância, eu ia chegando E o patrão, de longe, vi Me perguntou: -D'onde vem? Pra onde te atira, guri? Eu venho vindo de longe Sou cria dos Sete Povos Eu tenho sangue de Vasco Por isso que sou teimoso Ando à procura de China E de égua que arraste o toso No outro dia bem cedo Era alta a madrugada Se dava volta comigo Uma Rosilha aporreada Afiei bem o' meus talher' E roguei que Deus me ajudasse Abri bem o' meus fervido' E deixei que ela se cortasse Saiu mandado cangalha na frente da rica estância Mas saiu batendo tão forte que levantava as quatro pata' E eu ia batendo com a mão e perguntado pro patrão D'onde você quer que bata? Um dia deixei a estância, senti saudade do rancho O que era xucro, eu deixei manso, conforme quis o patrão E me larguei redomão, levando junto a cordeona Pra me livrar das gaviona' que querem domar este peão