Foi com sete anos que fugi de casa Pra não ser espancado por quem me amava Em meio à miséria pobreza é luxo E o desabafo choro da criança é lixo O cerrado é amplo, seco, rico, lindo Feio é o descaso com o povo do gueto Violência banalizada, artigo 5º Constituição aqui não vale de nada Cadê os saraus pra salvar nóis com poesia nessa poeira toda? Tantos querem que nóis morra Se depender do Estado rede de esgoto Só veremos na tela da emissora Manipulação em massa masturbação de vil notícias De tanto punhetarem mentiras Notícias falsas viram verdades e verdades viram mentiras Foi buscando respirar que pedi pra Jah ALÍVIO Sujo, frio, fome, tudo era melhor que aquilo Aos nove batia no peito e dizia: Sou sujeito homem Sol rachando pulando cerca Ultrapassando divisas Fazendeiro dizendo que sou bandido Pra ser bom preciso ser morto Mas negócio agro devastou poluiu Destruiu rios onde famílias viviam da água Sempre pagou de herói Quem é o criminoso da história? Empenho no ramo A exploração não deixou um filete d'água Tira o menino da escola joga pedreira Projeta mudanças É tipo aplicações de provas Que não provam nada Problemas sociais A solução são bem mais do que cesta básicas Deposita o menor no abrigo Conveniente é pra quem lucra com isso Dez anos de orfanato, pé na bunda Dezoito é maior Rua novamente seu novo abrigo Abusos, torturas não são cuidados Deturparam o conceito lógico Depois de lutar como um leão Pra não morrer igual um veado véi! Nessa selva de concreto e aço Extinguir Brachiaria não é fácil Da semente raiz é África O amor é a rosa dos ventos E o galeguim disse que sou praga Aqui fico o aviso Mano Dáblio tá vivo! Mano Dáblio tá vivo! Mano Dáblio tá vivo! Deixe me ir preciso andar Vou por aí a procurar (Sorrir) Rir pra não chorar Deixe me ir preciso andar Vou por aí a procurar Sorrir pra não chorar