Dentro de uma concha branca Na beira da praia reapareceu Quando já não se falava Tanto em sua velha fama que viveu Épocas de muita estória De vergonha e glória Todas confundidas nos recortes De jornais Que hoje são apenas folhas Do arvoredo triste Que lhe faz pensar Que ao deitar-se à sombra dele Vai dormir de frio pra não levantar Imediatamente vindo Foi rever amigos e reconhecer Aquela cidade verde Que durante os sonhos vinha lhe morder Endereços já trocados, rostos tão fechados Deve ser engano, aqui não tem nenhum João E ao ver tudo assim mudado Se sentou num bar e foi considerar Que afinal foi no passado Que ele era livre pra poder chegar De repente ouviu A sua própria voz dizer: Você errou Ao querer voltar perdeu o senso do ficar E agora reparou Que o ferrão do tempo fere E que o seu veneno fica dentro a consumir Mas agora tudo é tarde O que dói e arde é o nacional Que você queria tanto, que exigia tanto Como o bem e o mal Levantou depressa e foi Correndo ao caís do porto Onde viu brilhar Aquele navio dourado Com sereias lindas Sobre o azul do mar Mas o capitão, do alto Ordenou aos homens o desancorar Lá se vai a caravela pelos mares loucos Dessa embarcação E ele acorda apavorado, mas se desafoga Não é verdade não