Manduka

Conseguiram Parabéns

Manduka


Ora, muito bem, conseguiram parabéns
Eu, jamais, em seu lugar, acharia onde encontrar
Um assunto pra viver que não fosse o meu querer
Isso, eu sei de longa data, tanto assim, que nem tentei
Seduzir a lei
Dessas gravidades demonstráveis pela dor
Algo como aqueles que
Só matam pela flor, matam pela flor, se matam pela flor

Ora, muito bem, conseguiram sublimar
Com a virtude de esquecer, desintegrando no ar
As montanhas de paixão, logo após às minerar
Carregando seus garimpos como circos sem amor
À luz de um trator
Abrindo picadas por atalhos e desvãos
Algo como aqueles que
Só matam com as mãos
Matam com as mãos, se matam com as mãos

Ora, muito bem, mas me vens perguntar
Se é possível conviver nesse sistema solar
Com adubos de razão, sem ao menos se sujar
Com as ideias pelo chão, ainda frescas por cegar
Ou se equilibrar
Nesse imponderável lamaçal que a chuva fez
Algo como aqueles que
Só matam de uma vez, matam de uma vez, se matam de uma vez

Ora, muito bem, a resposta vai tardar
O que dura um céu azul ou um verde azul de mar
Mas que venha se vier, que me encontre num lugar
Onde eu possa ouvi-la inteira e por ela comprovar
Que viver assim
É o melhor assunto pra quem teima em vir a ser
Algo como aqueles que
Só matam no poder, matam no poder, se matam no poder