Eu sou um babuíno, ferido andando em círculos Suas palavras de conforto eram um suplicio É imutável para os olhos e quente como o inferno Eu tentei olhar para a luz mas os meus olhos ficaram cegos Abra as portas para o fogo e a água se dissolverá E eu tentei, e eu tentei, eu tentei Eu tentei, eu juro que eu tentei, Eu olhei, eu arrisquei, eu asfixiei Estava torpe, sempre muito torpe e torto Passava mal todo dia, toda quinta Vomitava um pouco para o tempo passar Sem saber que o medo faz a coisa voltar Cavava um pouco, cavava sempre todo dia Ele cavava, ele cuidava, ele plantava, ele colhia Fumava para o tempo passar Sem saber que o medo faz a coisa voltar Tu és um pássaro que voa perdido nas sombras da noite Eu sou a maior raposa que te espreita É imutável para os olhos e quente como o inferno Eu tentei olhar para a luz, mas os meus olhos ficaram cegos. Tu és... O corpo que flutua Tu és... O éter que ilumina É um estigma, sempre alerta e humilhado E abre a perna, e cala a boca, e ta errado, e desgraçado E morde a língua para o tempo passar Sem saber que o medo faz a coisa voltar