Refrão: Eu não sabia o que era a vida dum emigrante Com a família distante, e a saudade galopante tomando conta de mim Eu não sabia que a família é mais que sangue Só nas horas de perda é que eu me lembro do quanto é importante ela é para mim Acordo de madrugada com o alarme do telemóvel Quem me viu quem me vê, mereço um prémio Nobel Eu não sabia o que era a vida de um emigrante Agora, olhem para mim, pareço um morto andante Todo o trabalho que encontro é aquele que ninguém quer Digam-me que tipo de auto estima vou ter perante a minha mulher Que tipo de futuro vou poder dar ao meu puto Se a maneira como no instante daqui a um ano tou maluco Tudo o que penso move dinheiro, então é tupo por ele Rimas são… sem guitas até corto cabelo Acato as ordens do patrão, mas não consigo entendê-lo Será que o facto de eu ser emigrante influencia as decisões dele Frio parece gelo, a condição é decadente E eu não sei por quanto tempo aguento mais este batente Só que o dá o meu expediente Fazer guita suficiente Para poder executar objetivos que tenho em mente Mas nem sempre na vida corre tudo como queremos Há que saber ser feliz aproveitar os momentos Vida de pobre todos temos eu já nem reclamo Eu vim para procurar uma vida melhor, pelo menos era esse o plano Não vim para depender do tipo de benefício Se quero guita a sério tem que haver suor e sacrifício Agora sei o que é a vida de um emigrante Mas o único problema é a saudade galopante Refrão: Eu não sabia o que era a vida dum emigrante Com a família distante, e a saudade galopante Que se vai apoderando tomando conta de mim Eu não sabia que a família é mais que sangue Só nas horas de perda é que eu me lembro do quanto é importante que ela é para mim Eu não sabia o que era a vida dum emigrante Se eu soubesse tinha levado a minha vida adiante Fui ignorante, sonhava ser traficante E quando quis saber da escola crica tornou-se mais interessante Tive chance mas não fiz a escolha certa Cada vez que penso nisso algo dentro de mim aperta Queria ser atleta para ser cré sabe que são mas Tudo mudou quando optei pela emigração Nove horas num avião Nova Iorque era o destino Passado nove meses chorava que nem um menino Senti falta da família, falta dos meus amigos Saudade galopante atacou-me todos os sentidos Trabalhava, ganhava trezentos dólares por semana Tive aquilo que nunca tive Grife de rapper de bundana Grana esbanjava, como nunca esbanjei antes Pobre quando tem dinheiro gasta tudo em instantes São humilhantes os anos que passei na burrice Por mais vergonha de ter atitudes, se não demonstra juízo Mantenho pensamento e isso, e tento ser algo melhor que já fui Mas nem assim Malabá evolui Nem quando possui um trabalho que não diminui no salário O facto de ter sido na escola apenas um estagiário Podia ser empresário, bancário, um burocrata E em vez disso tou em pé doze horas a contar batata Vida ingrata, corpo me mata desgosto me ataca Se é este o meu futuro espeta-me já uma faca Mete bala tuga, tiro desta vez eu puxo Tou prestes a explodir e a culpa não é do Bush Não há luz na minha vida, nigga Nem coisa parecida Custa a admitir que a culpa disto é toda minha Se eu soubesse eu não vinha, mas agora estou aqui E a família sempre longe de mim