Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Te digo Cuidado comigo Há muito tempo eu sou fêmea Essa força antiga e devastadora Te aviso Cuidado comigo Eu sou mulher do agora Essa força livre e revolucionária Carrego mulheres em mim Atravessadas em minha pálpebras Lobas, leoas, caçadoras Entranhadas em minha retinas Lorde’s, Evaristo’s, Franco’s, Aparecida’s e Carolina’s Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Deusa do sol e da lua, sou eco, humana, dual e animalesca Sou amor e fúria, carne crua nua nua nua Levo sempre comigo uma dose de caos, uma dose de cura O que eu tenho de falar eu falo! Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Em minha garganta grita uma voz-mulher Uma dose de caos, uma dose cura Agô, Obí!