O Samba O traço gingado da passista Do alto do salto Girando na pista O desequilibrio a cadenciar Que tomba pra la e pra ca Sem falar nas cadeiras Ai, as rodas de samba Com seus cavaquinhos, tantans, tamborins E assim Nas palmas marcadas Na dor da senzala Nas ondas que quebram no mar de Ipanema Na areia, as marcas, os rastros de um negro fujão Que a margem da filosofia, distante da mesa O samba é o Rio além da represa A sabedoria no seu balancer Navega, veleja nas águas Não luta com pedras O samba desliza, suinga, escorrega Desacorrentando os pes e as mãos!